Postagem em dobro!







Hoje, quarta-feira, 19h, o Museu da Energia de São Paulo receberá a mostra de fotos Padrões, quando será apresentado o livro de mesmo nome, resultado da pesquisa de mais de dez anos da fotógrafa Zaida Siqueira, que viajou por todo o Brasil, registrando imagens da produção cultural de comunidades, como a nação indígena Kaxinawá, no Pará, e as rendeiras do Bilro, no Piauí.
“Das figuras reproduzidas em série nas peles animais, até as representações da indústria, presentes nos revestimentos e gradis das edificações, há poucas variações; a civilização vem reciclando formas perfeitas para imprimir novos efeitos ao que a natureza já nos trouxe pronto”, comenta Zaida, que chegou a morar com índios para entender as técnicas de tecelagem a partir de peles de jiboia, conhecidas na região Norte como ´kene`.
 Nas quase cinqüenta imagens ampliadas em dimensões que variam de 60x40cm até 220x200cm, aparecem retratos do Brasil na flora, na fauna, na arquitetura, nos tecidos, no artesanato, até nas pinturas e adereços tribais. “Imagens aparentemente isoladas, neste trabalho surgem intimamente relacionadas, como se tivessem sido pensadas, desde a origem, pelo mesmo criador, demonstrando claramente a influência das formas puras, sagradas, no desenvolvimento de ícones culturais, que dão identidade às manifestações e agrupamentos sociais”, analisa Maria Lúcia Montes, antropóloga, curadora da mostra e coordenadora do livro.
 Mariana Rolim, superintendente da Fundação Energia e Saneamento, entidade que mantém o Museu da Energia de São Paulo, ressalta a importância de trazer esse e outros conteúdos similares para o museu, ponto turístico da cidade de São Paulo também por ocupar uma edificação histórica, do século XIX, tombada pelo Condephaat e que apresenta padrões arquitetônicos que merecem ser preservados: “ Estamos abertos para receber conteúdos relativos a assuntos tangenciais a nossa missão, que valorizam a arquitetura como um patrimônio importante da cidade, e reiteram a importância da compreensão dos símbolos para produção cultural, histórica e contemporânea”.

O livro foi patrocinado pela Atlas, que tem constantemente apoiado trabalhos como esse.
Um belo exemplo.

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